I.S.E.S.KA

śaivismo kaśmir mukta vidyā sansthan
Instituto Superior de Estudos do Shaivismo de Kashemira
O Ágama Shastra é considerado como uma revelação de Shiva e são apresentados tanto os princípios, como as práticas do sistema Shaivista. Entre as obras que pertencem a categoria Ágama, pode-se mencionar os seguintes Tantras: Malinivijaya ou Malinivijayottara, Svacchanda, Vijñana Bhairava, Mrgendra, Netra, Rudra-Yámala, Shiva-Sutras, entre outros.
A maior parte desses ensinavam, em geral, a doutrina dualista. O shastra mais importante do sistema Trika é conhecido como Shiva-Sutras.
Shiva-Sutras
A importância desta obra reside no fato de que foi revelada para contrapor os efeitos do dualismo. É conhecida, em geral, como Shivopanisad-Sangraha ou “compêndio que contém a doutrina secreta revelada por Shiva”. Os pontos comuns e os seguintes são todas as teorias relativas ao descobrimento dos Shiva-Sutras.
Não houve nenhum autor humano dos Shiva-Sutras, pois tiveram sua origem em Shiva, tendo sido revelados à Vasugupta. Tanto se foram revelados por Shiva em um sonho ou por um Siddha, ou se foram encontrados gravados em uma rocha a instância de Shiva, essas são questões irrelevantes no que se refere ao assunto principal da revelação.
Data do Descobrimento dos Sutras
Sabemos por Rájatarangini, que foi Kallata quem terminou sua obra no reinado do Rei Avanti-Varman de Kashemira. Avanti-Varman reinou no Séc. lX d.C. e Vasugupta, que havia descoberto os Shiva-Sutras, foi o guru (mestre) de Kallata. Vasugupta deve ter estado intensamente ativo no final do séc VIII ou começo do século IX d.C. Esta deve ter sido, portanto, a data do descobrimento dos Sutras.
Comentários sobre os Shiva-Sutras
Kshemaraja, discípulo de Abhinavagupta, disse em seu comentário “Vimarshini” que havia observado discrepâncias nos diversos outros comentários existentes em seu tempo, consequentemente, comprometeu-se a escrever um novo. Ele não menciona tais autores e apenas quatro deles sobreviveram:
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Vrtti;
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Varttika de Bháskara;
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Vimarshini de Kshemaraja;
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Shiva-Sutra-Varttikam de Varadarája aliás Krishnadása.
Não se conhece o autor do Vrtti, comentário que concorda com Vimarshini não só na interpretação, como também, na maioria das vezes, nas palavras. Parece que o bom Vrtti foi escrito primeiro e logo usado por Kshemaraja como estrutura, ou, que o Vimarshini foi escrito primeiro, e o mesmo Kshemaraja, ou alguma outra pessoa, preparou um extrato destes no Vrtti.
Bháskara disse na parte introdutória de seu Vartika que Vasugupta ensinou os Shiva-Sutras a Kallata e que, posteriormente, os ensinou a Pradyumnabhata, filho do seu tio materno. Pradyumnabhata os ensinou a seu filho Prañarjuna. Prajñarjuna os ensinou a um discípulo chamado Mahádevabhata, que por sua vez os ensinou a seu filho, Shrikanthabhata. O mesmo Bháskara aprendeu os Sutras de Srikanthabhata.
O séc XI d.C. viu florescer a obra de Bháskara, assim que seu Varttika foi escrito durante esse período. Os Vrttis expõem as principais ideias dos Sutras em prosa de forma muito sucinta. Bháskara em seu Varttika interpreta em verso cada Sutra.
O comentário Vimarshini de Kshemaraja faz uma exposição lúcida e detalhada de cada Sutra em prosa. Ele sustenta sua interpretação apontando citações paralelas e valiosas de outros livros, alguns dos quais estão perdidos por completos para nós.
É bem-sabido que a obra e vida de Kshemaraja, deve ter sido escrita por ele mesmo no séc. X. Ele, que foi escritor prolífico, compôs as seguintes obras: Prathyabhijnahridayam, Spandasandoha, Spandanirnaya, Svachchandoddyota, Netroddyota, Vijnanabhairavoddyota, Shiva-sutra-Vimarsini, Stavacintamananitika, Parapravesika, Tattvasandoha, Stotravalitika de utpala.
O quarto comentário sobre os Shiva-Sutras é o Shiva-Sutra-Varttikam de Varadarája aliás Krshnadasa. O Varttika de Varadarája é só um pequeno refrão em verso do Vimarshini. Varadarája não tem interpretação própria alguma. Ele viveu até depois do século XV d.C.
De todos os comentários que tenham sobrevivido, o Vimarshini de Kshemaraja é o mais antigo e erudito.
Spanda Shastra
Aqui se desenvolvem os princípios formulados nos Shiva-Sutras e se detalham os pontos concretos de tais Sutras, principalmente desde o ponto de vista da Shakti.
A obra principal deste shastra é o Spanda Karikas, como é conhecido geralmente. Sobre esta obra existem os seguintes comentários:
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Pradipa de Utpala Vaishnava;
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Vivrti de Ramakantha;
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Spandasandoha;
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Spandanirnaya de Kshemaraja.
O Spandasandoha contém um comentário só na primeira Karika.
Kshemaraja acredita que os Spanda-Sutras foram escritos por Vasugupta. Outros mantêm que foram escritos por Kallata, discípulo de Vasugupta.
Pratyabhijna Shastra
Este contém a própria filosofia do sistema Trika e a expõe mediante argumentos e discussões.
A primeira obra filosófica foi o Shiva-Drshti, escrita por Somananda. Este foi discípulo de Vasugupta e desenvolveu sua obra no séc. IX d.C.
O Shiva-Drshti é uma obra filosófica muito importante. Desgraçadamente, o texto completo não está disponível. Somananda compôs um Vrtti sobre o Shiva-Drshti, mas não tem sido falado até hoje.
As obras mais importantes dessa classe de escritura são os Pratyabhijña Shastras ou Ishvara-Pratyabhijna de Utpala, que foi discípulo de Somananda.
Os Pratyabhijna-Sutras adquiriram tanta importância que toda a filosofia da Kashemira se conhece de forma geral como “Pratyabhijna-Darshana”.
Sobre os Pratyabhijna-Sutras existem os seguintes comentários:
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Vrtti, do próprio Utpala, disponível somente de forma incompleta;
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Pratiabhyjñavimarsini, de Abhinavagupta;
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Pratyabhijña-Vivrtti-Vimarshini, também de Abhinavagupta.
Este é um comentário, conhecido como Vivrti, sobre a tíka perdido do mencionado Utpala.
Ademais das anteriores, existe uma grande obra de Abhinavagupta conhecida como Tantraloka. Consta de 12 tomos e contém a filosofia e a prática Shaiva em todos os seus aspectos.
Há também um resumo destes 12 tomos conhecido como Tantrasára. Jayaratha também escreveu outro comentário chamado de Viveka que explana o Tantraloka.